domingo, 23 de março de 2014

Desequilíbrios e doenças

Hipersensibilidade
Reação exagerada a uma dose de antigénio que não afeta a maioria das pessoas

Hipersensibilidade imediata: resulta da produção de IgE após o contato com o alergénio. O anticorpo IgE liga-se aos mastócitos que, por sua vez, libertam histaminas. Estas são responsáveis pelo desencadeamento de mecanismos como a vasodilatação, edema...
Hipersensibilidade tardia: ocorre algumas horas depois da exposição ao antigénio (mediada pelas células)

Alergia
Reação imunitária excessiva, produz inflamação e outros sintomas, que podem até causar a morte (histamina pode provocar dificuldade respiratória)

Auto-imunidade
Defesas imunitárias do organismo são dirigidas contra as células do próprio organismo, que não as reconhece atacando-as e destruindo-as como se fossem estranhas.

Imunodeficiências
Doenças que afetam o sistema imunitário


  • SIDA 
A infeção pelo HIV interfere com a atividade reguladora que os linfócitos T auxiliares (Th) desempenham. Diminui a eficácia da resposta imunitária. Desta forma, a proliferação de agentes infecciosos oportunistas é facilitada. 
Um tratamento que pode retardar a ação do HIV é a ação de inibidores enzimáticos, nomeadamente na transcriptase reversa, pois impede a síntese de DNA a partir de RNA viral.

Sistema imunitário

O sistema imunitário inclui um conjunto de mecanismo de defesa contra agentes agressores: vírus, bactérias, protozoários, toxinas ou qualquer partícula que ponha em perigo a homeostasia.

Resposta imunitária:

  • Defesa não específica (resposta imunitária inata), proteção geral contra os agentes patogénicos.
Os interferões estimulam a célula a produzir proteínas anti-virais que inibem a replicação do material genético do vírus e a sua multiplicação.
Pele (pH ácido inóspito para organismos)
Muco (protegem e removem organismos)
Lisozima (degrada a parede celular de inúmeras bactérias)

Fagocitose -> Leucócitos 
Saída dos leucócitos do sangue para os tecidos, atravessando os capilares sanguíneos DIAPEDESE
Fagócitos reconhecem glicoproteínas de células invasoras, aderindo à superfície dos agentes patogénicos que são englobados pelos pseudópodes. Os agentes patogénicos sofrem endocitose e são degradados por enzimas proteolíticas presentes em lisossomas, que se fundem com as vesículas de endocitose e os materiais são expulsos por exocitose.

Diferentes tipos de fagócitos:
Neutrófilos - destroem agentes patogénicos em tecidos infetados. Abundantes e tempo de vida reduzido.
Monócitos -->  Macrófagos - tempo longo de vida, destroem um número elevado de agentes patogénicos por todo o organismo.
Eosmófilos - destroem parasitas.

Reação inflamatória
Sintomas: dor (causada pela ação de substâncias químicas nas terminações nervosas locais e pela distensão dos tecidos); rubor; edema; calorr.

Liberta histamina e prostaglandinas que causam vasodilatação e o aumento da permeabilidade dos capilares (libertada pelos mastócitos e basófilos)

Quimiotaxia aproxima os leucócitos deixando os vasos sanguíneos por diapedese e dirigindo-se aos tecidos afetados.
1º neutrófilos / 2º monócitos --> Macrófagos  --> Digere pus

Febre agentes pirógenos produzidos pelos leucócitos / toxinas produzidas pelos agentes patogénicos
   Febre moderada favorece: fagocitose, raparação de tecidos lesados, inibe a multiplicação de alguns microorganismo e acelera as reações do organismo.

Proteínas de complemento
-Aderem às membranas dos agentes patogénicos;
-Ativam a resposta inflamatória atraindo os fagócitos para o local da infeção;
-Auxiliam os fagócitos a destruir os agentes patogénicos;
Promovem a lise das células invasoras.

  • Defesa específica (resposta imunitária adquirida), produção de anticorpos ou células T em resposta a antigénios estranhos.
            -Imunidade humoral, sistema imunitário reage a cada antigénio  pela produção de anticorpos específicos pelos plasmócitos
Os anticorpos ligam-se aos determinantes antigénios formando o complexo antigénio-anticorpo, que vai promover a destruição dos agentes patogénicos.
      Isto estimula os seguintes fenómenos:
Neutralização os anticorpos impedem os agentes patogénicos de infetar outras células, até serem fagocitadas.
Aglutinação  - o complexo anticorpo-antigénio forma estruturas de grandes dimensões que são fagocitadas.
Precipitação de antigénios solúveis - os anticorpos ligam-se aos determinantes antigénios de moléculas dissolvidas nos fluidos corporais.
   ----> Impedem a infeção e facilitam a fagocitose pelos macrófagos
Ativação do sistema de complemento - o complexo antigénio-anticorpo ativa as proteínas de complemento, podendo algumas delas promover a lise celular dos agentes patogénicos.

            -Imunidade celular, é desencadeada por antigénios ligados a marcadores superdiciais de certas células do organismo infetado, promovendo diretamente a diferenciação em células efetoras. Os recetores dos linfócitos T ligam-se apenas a uma parte do antigénio localizada na superfície da célula apresentadora que evidencia o antigénio

Após a ativação os linfócitos T multiplicam-se e originam 2 tipo de células:
-Linfócitos T citotóxicos - reconhecem as células tumorais, as infetadas por vírus e produzem compostos tóxicos que promovem a sua lise;
-Linfócitos T auxiliares - os seus sinais químicos estimulam a expansão clonal e ativam os linfócitos Tc e o linfócitos B, promovendo a fagocitose.

-----> A imunidade celular é responsável pela rejeição que ocorre durante os enxertos de tecidos ou transplantes de órgãos. 
Os antigénios das células enxertadas são reconhecidos pelo recetor como sendo estranhos ao organismo. A partir desse reconhecimento há uma mobilização dos mecanismos de defesa específica e diferenciação de células efetoras envolvidas na rejeição de células enxertadas.

A imunidade - memória imunológica 

Resposta imunitária primária: primeiro contato com o antigénio origina ativação de linfócitos B e T que se diferenciam em células efetoras e de memória.

Resposta imunitária secundária: devido à presença de células de memória, o segundo contacto com o mesmo antigénio desencadeia uma resposta imunitária mais intensa, rápida e prolongada.

Imunização
Processo que confere imunidade a uma determinada doença, para evitar que seja contraída ou para diminuir a gravidade e o tempo de incidência da mema.
     Imunidade adquirida:
Imunidade ativa (permanente) - o sistema imunitário do indivíduo responde ao antigénio, produz células efetoras e de memória.
Pode ser:
Natural - o indivíduo é naturalmente exposto ao antigénio.
Artificial - vacinação.

    Imunidade passiva (temporária) - o sistema imunitário do indivíduo não responde ao antigénio, são transferidos anticorpos produzidos por outra pessoa ou animal.
Pode ser:
Natural - anticorpos transferidos de mãe para feto.
Artificial - soro com anticorpos.

Vacina - solução preparada com antigénios tornados inofensivos, como microorgasnismos mortos ou atenuados ou toxinas inativas. A vacina desencadeia no organismo uma resposta imunitária primária e formam-se células de memória que tornam a resposta secundária mais rápida, intensa e de maior duração.

sábado, 8 de março de 2014

Aplicações da engenharia genética

           As aplicações da engenharia genética são cada vez mais influentes na sociedade, quer a nível biológico quer social. Ao nível da medicina conjuntamente com a técnica do DNA recombinante produziu-se hormonas de crescimento, que são úteis para crianças com problemas de crescimento e deficiências na idade adulta.
            A hormona de Crescimento (GH) é uma hormona proteína do peptide, também é um polipeptídeo que é sintetizado, armazenado, e segregado pelas pilhas do somatotroph dentro das asas laterais da glândula do pituitary anterior. Somatotropin refere-se à hormona de crescimento produzida naturalmente nos animais e é “HGH abreviado” nos seres humanos.
      Diversos laboratórios, universidades e hospitais estão a desenvolver plásticos e moldes que permitam criar órgãos ou fragmentos destes a partir de um reduzido número de células.
           Algumas pesquisas também foram feitas ao nível da genética animal, por exemplo o laboratório de genética e evolução animal desenvolveu a identificação taxonómica molecular aplicada à biodiversidade animal – código de barras de DNA. Tem como objetivo incorporar um código de identidade genética estabelecendo um sistema de identificação taxonómica molecular para integrar inventários de biodiversidade no Brasil, que concentra a maior diversidade de anfíbios do mundo.
            No que respeita às plantas transgénicas, a sua importância na agricultura tem aumentado. Têm sido geradas plantas com resistência a determinadas pragas biológicas, reduzindo o recurso a pesticidas, muito poluidores e altamente dispendiosos.
          Assim, está a ser desenvolvido um projeto de Tecnologias de Engenharia Genética para Culturas com tolerância ao stress e contra a degradação do Ambiente Global. Este projeto foi aprovado, teve início a 4 de março de 2010 e compreenderá um período de 5 anos.

            A equipa é constituída pelo grupo de Ciência, Tecnologia e Pesquisa para o Desenvolvimento Sustentável (SATREPS) com a colaboração da Agência de Ciência e Tecnologia do Japão (JST) e a Agência de Cooperação Internacional Japão (JICA) e tem como objetivo estabelecer técnicas para o desenvolvimento de linhagens de soja geneticamente modificadas mais tolerantes a stresses ambientais, como a seca e o calor.

OGM vantagens e desvantagens

O Homem produz OGM com potencial económico-social para a alimentação, para a síntese de compostos, para a indústria farmacêutica e para a farmacologia.

Vantagens OGM:
- Aumento da produção de alimentos;
- Potencialização do valor nutricional dos alimentos;
Desenvolvimento de espécies com características desejadas;
- Maior resistência dos alimentos ao armazenamento e por períodos maiores;
- Resistência a pragas, doenças, insetos e a grandes quantidades de inseticidas;
- Redução do uso de compostos como herbicidas, pesticidas, fungicidas e certos adubos.

Desvantagens OGM:
- Aumento do potencial de reações alérgicas;
- Maior resistência a agros tóxicos e antibióticos nas pessoas e nos animais;
- Aparecimento de novos vírus;
- Empobrecimento da biodiversidade.

Técnicas da engenharia genética

DNA recombinante:
-A partir de uma enzima de restrição isola-se um gene de interesse;
-O gene é inserido num plasmídeo que funciona como um vetor e que também foi cortado pela mesma enzima de restrição;
-O plasmídeo e o gene de interessa são ligados pelo DNA ligase, formando um DNA recombinante;
-O vetor é transformado em bactérias;
-Aquando da multiplicação da população de bactérias ocorre a replicação do plasmídeo. Ao fim de algumas gerações obtém-se inúmeras cópias do gene de interesse.

Enzimas de restrição - originam-se através de endonucleases e possuem extremidade complementares e coesivas.

Ligase do DNA - enzima que estabelece uma ligação covalente entre nucleótidos adjacentes a dois fragmentos de DNA.

DNA complementar:
- A partir de um mRNA funcional e recorrendo a uma transcriptase reversa é possível sintetizar uma cadeia simples de DNA;
- Esta cadeia de DNA é depois duplicada por ação de uma polimerase, formando-se uma cadeia de DNA nova - cDNA;
- Consegue-se sintetizar proteínas que podem ser usadas em tratamentos.

Eletroforese:
- Fragmentos de diferentes tamanhos de DNA, podem ser separados por eletroforese.
- DNA sujeito a um campo elétrico migra para o pólo positivo num gel de agarose;
- Fragmentos de menor dimensão movem-se mais rapidamente;
- Podem ser visualizados através de corantes que emitem fluorescência quando excitaddos por radiação UV.

PCR - reação de polimerização em cadeia:
- Quebra das ligações de hidrogénio, desnaturação das cadeias de DNA através do aquecimento;
- Temperatura reduzida, assim os iniciadores emparelham-se em cadeias simples;
- Aumento da temperatura, ativa DNA polimerase;
- DNA polimerase sintetiza nova cadeia por complementariedade. Elongação da cadeia de DNA entre os iniciadores.